Ocupo-o, dou-lhe cabo da cabeça, ponho-o a bater o pé, absorvo-o, faço-o pensar, surpreendo-o, levo-o a julgar a vida curta para sequer pensar começar a vivê-la, apanho-lhe o cérebro que não chega para apanhar-me e irrito-o.
É estranho explicar que o que tinhamos de mais interessante e evidente é que mais ninguem nos interessava, no sentido mesmo concreto da palavra...só nos interessávamos um pelo outro, como só nós, porque poderia haver alguém melhor, que nos atura-se mais, compreender-nos e aceitarem-nos, ou tornarem-nos mais contentes, mas eram todos, sem uma unica excepção, aborrecidamente desinteressantes.
Tentei chorar sem dar a entender, deixei de saber o que dizer e não poder explicar porquê, surpreende-me no que vou ouvir, é nobre, ou será que não!? Ocupáva-o mas era pequeno demais para ser ocupado por mim, tanto que me trocou as voltas!
Mas por ser no entanto nobre, e porque infelizmente se tornou previsivel sinto escapar-me, e assim sou perfeitamente capaz de perver o imprevisivel...Interessante é porque é que é a unica pessoa que neste momento me interessa...e se parece pouco só tenho a lamentar que há quem não tenha a sorte de saber que nada há de mais sublime, ou eterno, do que ser interessante e haver um interessado, e isto faz com que se fique com a cabeça e o coração á beira de rebentar, zangados com os limites sim, mas felizes com a felicidade que é a frustração mais doce de permanecermos incapazes e sem culpa nossa. Sem duvida uma vida interessante...
