terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ela...simplesmente ela!

ESPLANADA
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Esplanada nova, mesa a condizer. Talvez condigam. O amarelo é vivo mas o tampo é escuro, de vidro, faz o amarelo torrar. Mesas torradas, cadeiras amarelas. Esplanada nova, sossegada. Mas cara. São as vistas boas a cobrarem-se. Vê-se o mar mas a praia fica escondida. O muro do morro tapa a praia, agora nua. Só o Guincho desponta um pouco do lado esquerdo, de resto mais pouco ou nada. O som da musica é baixo. Ouve-se mais o mar a maralhar..."ela" chegou.

POR ACASO?!

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Será por acaso?! Desde que há uns momentos de encontro, desde então, tem de ser por acaso, nunca mais "a" vi de vestido colante, ou calças e top, saliências não somente proeminentes, bem feitas e eminentes, corpo de escultura viva, cheia de vida a voltejar pelo café, entre mesas, corpo de fenómeno bonito e curvo de curvas doces, perfeito, uns olhos de morrer, pode-se morrer a olhar para aqueles olhosque matam de não se ver...

Será por acaso? Tem de ser. Talvez seja.

Será por acaso? Talvez não seja. Mas não é isso que chateia.

O que chateia, de morte, e quase tira o norte, o que me implica com os nervos, porque sim, caramba, são os buracos negros, pavorosos, que "ela" insiste em assentar na cara, para lhe comerem os olhos, ou será a alma? Sinto-a tão inatingivél. Mas será por acaso? Aqueles olhos que são tão bonitos e que "ela" esconde por graça, por pirraça, por embirração, porque lhe passa, pela cabeça, alguma ideia de espavento, que lhe faz tomar uma atitude de defesa, ou fuga, ou negaça...Caraças só pode ser isso...

E Quando é tempo de despedida, por chalaça, ou reflexo -- e um não tira o outro --, como que acena, "Olha só, vê o que perdeste..."

"Ela" diz adeus e mostra-se, os olhos brilham e morre-se, um pouco, naquele brilho porque só depois, amanhã, ou nunca mais, se chega a olhar de novo aquele olhar tão cheio de brilho e vida. Que olhos lindos...

Deviam promulgar uma lei, uma lei que interditasse, banisse, toda e qualquer intenção ou acto, de esconder, ou só que fosse um tudo de nada valer, uma lei que dissesse á "menina" dos olhos lindos que não faça aos olhos, o que ao corpo não faz...Toda a sua graça tem graça, no todo seu corpo prespassa a chama que enlaça, aos olhos não faça o que no corpo não tapa...o que escondem esses olhos? Tanto que falam esses olhos!

Uma beleza natura natureza bela como a sua, merece que os olhos se desfraldem no mesmo compasso do todo que passa, que passa e tem graça, uma beleza só sua.

Praia de Santa Cruz, Domingo, 20 de Agosto de 1995 ...Claudio Barros

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